A GlaxoSmithKline e a unidade de ciências da vida da matriz do Google, a Alphabet, vão criar uma nova empresa, focada no combate a doenças com os sinais elétricos do corpo, dando um impulso a um novo campo da medicina chamado bioeletrônica.
A Verily Life Sciences — conhecida com a unidade de ciências da vida da Google até o ano passado — e a maior farmacêutica britânica contribuirão juntas com 540 milhões de libras esterlinas (US$ 715 milhões) em sete anos para a Galvani Bioelectronics, anunciaram nesta segunda-feira (1/8). A nova empresa, com 55% nas mãos da GSK e 45% nas da Verily, terá sua sede no centro de pesquisa de Stevenage, ao norte de Londres. Também haverá um segundo centro de pesquisa no Sul de São Francisco. Trata-se do segundo grande investimento da GSK no Reino Unido desde que o país votou peal saída da União Europeia (UE), no fim de junho.
Na semana passada, a farmacêutica anunciou planos para gastar 275 milhões de libras esterlinas na elaboração de medicamentos. A Galvani desenvolverá dispositivos miniaturizados e implantáveis que podem modificar os sinais elétricos do sistema nervoso.
O objetivo é modular impulsos irregulares ou alterados que ocorrem em muitas doenças. A GSK acredita que doenças crônicas como diabetes, artrite e asma poderiam ser tratadas usando esses pequenos dispositivos, que consistem em um colar eletrônico junto aos nervos. Kris Famm, chefe de pesquisa bioeletrônica da GSK e presidente da Galvani, disse que os primeiros medicamentos bioeletrônicos usando esss implantes para estimular os nervos podem ser apresentados para aprovação das autoridades reguladoras por volta de 2023. "Tivemos resultados realmente promissores em testes com animais, onde mostramos que podemos abordar algumas doenças crônicas com este mecanismo e agora estamos levando esse trabalho à fase clínica", disse Famm a Reuters